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Por
Mique FonsecaInvestigadores acreditam que discurso feito no domingo (25) corrobora com outras evidências que a tentativa golpista tinha “anuência e atuação de Bolsonaro”
Fontes ligadas à investigação da Polícia Federal (PF) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado afirmam que um trecho do discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a minuta golpista vai constar no inquérito.
Para a PF, na fala, o ex-presidente teria admitido o conhecimento de um documento de teor golpista.
No trecho em questão, o ex-presidente buscava negar o planejamento de golpe.
“Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha a santa paciência”, disse.
Investigadores acreditam que o discurso corrobora com outras evidências que a tentativa golpista tinha “anuência e atuação de Bolsonaro”.
Ainda sobre uma possível tentativa de golpe, o presidente defendeu também a constitucionalidade do estado de sítio, embora tenha afirmado que não houve uso da medida durante seu governo.
“Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe, o estado de sítio não foi convocado por ninguém dos conselhos da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel a proposta do decreto do estado de sítio”, afirmou.
“O segundo passo do decreto do estado de sítio, após o presidente ouvir os conselhos, ele manda uma proposta para o Parlamento. Essa proposta é analisada pelo Parlamento e é o Parlamento quem decide se o presidente pode ou não editar um decreto de estado de sítio”, continuou Bolsonaro.
“O estado de defesa é semelhante. Ou seja, agora querem entubar a todos nós que um golpe usando dispositivo da Constituição, cuja palavra final quem dá é o Parlamento brasileiro, estava em gestação”, acrescentou
Na última quinta-feira (22), Bolsonaro e outros 22 investigados prestaram depoimento à PF. O ex-presidente usou o direito de ficar em silêncio.
A CNN questionou a defesa de Jair Bolsonaro sobre a possibilidade de a fala constar na investigação e aguarda resposta.
Gabriela Pradoda CNN