Em Rondônia, terra onde o bolsonarismo é muito forte e o presidente Lula é demonizado em diversos grupos de WhatsApp, começa a ser contada uma estória de terror. Não confundam com história, por favor. Lembrem também que Frankenstein não é o monstro, e sim o brilhante médico, personagem do livro da inigualável Mary Shelley. Na estória da escritora, o médico junta pedaços de mortos e cria o corpo de um homem.
Em Rondônia, o médico e senador Confúcio, político de reconhecido talento, está fazendo o mesmo com o MDB, um partido que estava praticamente morto no Estado após a aliança com Lula. Assim, pedaços são tirados de outras legendas e aparentemente está sendo criado um monstro.
Confúcio precisa dar vida novamente ao semimorto MDB, e para isso está dando mais corpo ao partido. Como bom médico, ele vai costurando esses nomes na coluna cervical da legenda emedebista, para ver se há condições de surgir algo mais vivo.
O MDB está na mesa de operação, enquanto Confúcio Frankenstein, o político brilhante, prossegue a cirurgia. É capaz que o bicho MDB fique ainda mais feio do que o monstro imaginado por Mary Shelley, mas pode ser que sobreviva, que fique forte, e que o senador seja reeleito em 2026.
No meio a esse cenário de terror começa a aparecer algo parecido com zumbi. O ex-senador emedebista Valdir Raupp, que estava politicamente morto, se levanta e começa a dar alguns passos, inicialmente trôpegos. Alguém que há alguns dias estava na cova política não deve participar diretamente de eleição, pois não pega bem, por isso neste ano já adiantaram que Raupp deverá ser apenas cabo eleitoral.
São Miguel
A situação causou assombro em São Miguel do Guaporé, onde o senador Confúcio Frankenstein chegou ao lado do deputado Ismael Crispin, um recém transformado. Mordido não se sabe por quem, Crispin descobriu ser emedebista desde criancinha. E mais: ele transformou o irmão, Coronel Crispin, em mais um emedebista.
Outro recém transformado é o ex-petista Zenildo Pereira. Ele foi prefeito de São Miguel pelo PT, mas agora é do MDB. Estória de terror mesmo. Ele era o pré-candidato emedebista a prefeito, mas vazou um vídeo onde Ismael Crispin o detonava, mostrando sua suposta falta de capacidade para cuidar da saúde pública. Como o monstro criado por Confúcio Frankenstein estava muito feio em São Miguel, Zenildo acabou desistindo. O pré-candidato a prefeito agora é o recém transformado Coronel Crispin.
Não se sabe como será a relação do MDB com o PT em São Miguel, pois no corpo do monstro político o senador Confúcio Frankenstein costurou diversos petistas. Acontece que, apesar de agora estar meio desfalcado, o PT continua existindo no município, e também tem pré-candidato a prefeito, no caso Dr. Fábio, nome político adotado pelo advogado Fábio de Paula Nunes da Silva. A esquerda vai com dois candidatos no município. Um luxo e tanto.
Porto Velho
Os reflexos da estória de terror chegam em Porto Velho. Confúcio conversou com o ex-prefeito Roberto Sobrinho, e isso deu o que falar. Sobrinho foi injustiçado e apanhou muito. Ele seria o nome mais forte dentro do PT, se estivesse filiado ao partido. Mas o ex-prefeito não suportou a injustiça dos “companheiros” e saiu do ninho petista. Roberto Sobrinho manteve identidade própria, não participará das eleições deste ano e continua sem partido. Não foi costurado ao corpo do monstro MDB, portando. Dizem por aí que Confúcio bem que tentou, mas não conseguiu.
O que se fala é que o ex-deputado Williames Pimentel deverá ser o pré-candidato do MDB na capital, por se tratar de um fiel escudeiro de Confúcio Frankenstein e de Valdir Raupp, que ainda caminha bem devagar, pois está voltando agora à vida política. Por alguns, Raupp já era considerado politicamente sepultado.
Novamente o MDB tem tudo para dar com os burros n’água em Porto Velho. A última vez que os emedebistas venceram a eleição para a prefeitura da capital foi em 1985, com Jerônimo Santana, e dificilmente obterão uma vitória com esse monstro que está sendo costurado e colocado para viver.
O melhor caminho seria o senador Confúcio Frankenstein deixar esse retalho de costuras lá para o interior, com morto político voltando à vida e recém transformado tentando vencer eleição.
Em Porto Velho o médico e político brilhante deveria compor logo com o pré-candidato a prefeito do PSB, o advogado Vinicius Miguel, quem sabe negociando a vaga de vice. Essa costura política tem chances de dar certo. Se disserem na capital que o monstro MDB tem braços do PT e a cara do Lula, a coisa fica ainda mais difícil. É capaz que tratem o partido como foi tratado o personagem do livro de Mary Shelley.
agência mapping.com.br Por salinaNilt